O SALMO do FARAÓ? "O Grande HINO a ATON" e a BÍBLIA!

1 year ago
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"O Grande Hino a Aton" é a obra mais completa da religião instituída pelo Faraó Akhenaton que chegou até nós. Encontrado na tumba de um dos principais dignatários da corte Real, consiste em um hino de louvor ao deus Criador, o disco solar Aton.

Sua semelhança, em conteúdo e forma com os Salmos de louvor é grande demais para ser tratada como uma mera coincidência.

O Faraó Amenófis IV (1351 a.C - 1336 a.C), mais conhecido como Akhenaton, brevemente instituiu uma religião monoteísta no Antigo Egito, toda ela voltada para o culto de Aton, o deus criador representado pelo disco solar, que dá vida a todos os seres e cujas perfeições se manifestam em todas as criaturas.

Instaurando essa fé, Akhenaton rompeu com a maior autoridade religiosa da época: o clero do deus Amon, que havia se mundanizado após um exorbitante acúmulo de riquezas e poder após os egípcios terem expulso os invasores Hicsos e feito de Tebas a capital do Império.

Reduzindo os privilégios dos Sacerdotes de Amon, buscando na antiga religião egípcia de Heliópolis as fontes da sua espiritualidade, e propondo o culto a um deus que poderia ser adorado por todos os povos, e que não era uma divindade nacionalista como Amon; Akhenaton consolidou - ainda que de uma forma radical - as tendências religiosas expressas pelos Faraós que o antecederam na XVIII Dinastia, como Tutmósis III e IV, e Amenófis II e III.

Akhenaton construiu uma capital nova, num local onde nenhum outro deus jamais fora adorado, e fez um grandioso templo ao criador Aton nela. Procurou diminuir a influência dos cultos de todos os outros deuses do Egito, e iniciou a 'querela dos deuses' procurando extinguir o culto a Amon no Egito.

O Faraó pessoalmente instruía seus súditos na nova religião, que é caracterizada por um singelo naturismo, que vê nas paisagens, plantas e animais uma manifestação da bondade, beleza e perfeição de Deus.

Essas ideias são constantemente replicadas nos Salmos. E, no Salmo 103 (104), vemos a repetição e quase, a transcrição, de trechos do Hino a Aton. Não poderia ser essa uma homenagem velada ao hino de Akhenaton?

A hipótese não merece ser descartada a priori. Todos os trechos da Sagrada Escritura foram inspirados infalivelmente por Deus, que se utilizou dos elementos humanos dos escritores para manifestar suas verdades eternas.

Assim, nota-se uma grande diferença de estilo entre livros bíblicos escritos por autores diferentes - igualmente inspirados. Os Salmos de Salomão, por exemplo, tem uma linguagem muito mais complexa e com analogias mais refinadas que os de seu pai Davi.

Sirvo-me da sessão ''inspiração'' presente na introdução da Bíblia Vulgata traduzida pelo Pe. Matos Soares, 9ª ed, Paulinas. p. 11.

"Leão XIII, na Encíclica ''Providentissimus Deus", falando sobre a inspiração diz: "Foi Deus quem, por sua virtude, excitou os escritores sagradas a escrever. Ele mesmo lhes assistia enquanto escreviam, de modo que concebiam exatamente, queriam relatar fielmente, e exprimiam com admirável fidelidade tudo o que Ele lhes ordenada e somente aquilo que lhes ordenava que escrevessem. Do contrário, Ele não seria mais o autor de toda a Sagrada Escritura.' Nestas palavras do grande Pontífice podemos constatar a admirável ação de Deus sobre o agiógrafo; ação que requer 3 coisas:

1) ilustração ou iluminação da mente, isto é, um influxo sobre o intelecto para que o escritor Sagrado 'forme um conceito exato' da verdade, em suma: conheça a verdade sem erro (com a revelação,quando se trata de verdades desconhecidas; ou com os meios humanos, quando se trata de verdades conhecidas;
2) impulso da vontade, isto é, um influxo sobre a vontade para que o agiógrafo ''se proponha de escrever fielmente" aquilo que o Senhor deseja;
3) assistência na Escritura, isto é, Deus deve assistir o agiógrafo enquanto escreve para que "dê com infalível veracidade a expressão adequada" a todas as verdades, e somente àquelas desejadas por Deus.

Em tal modo, o autor principal da S. Escritura é Deus, o qual se serve do agiógrafo como de um verdadeiro e próprio instrumento, embora livre e inteligente, e cujas faculdades foram elevadas sobrenaturalmente.

Por isso pertencem a Deus: os argumentos, as coisas, e as ideias; enquanto pertencem ao homem a ORDEM DAS IDEIAS, O GÊNERO LITERÁRIO, O ESTILO E A LINGUA."

JACQ, Christian - Akhenaton e Nefertiti, o Casal Solar. Ed. Hemus, 1ª ed, 1978.

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00:00 O Hino a Aton
00:35 Conflito entre a XVIII Dinastia e o clero de Amon
01:24 A Religião de Akhenaton
04:37 O Grande Hino a Aton. O sol e a vida. A noite.
06:59 Aton, fonte da vida.
09:51 'Quão numerosos não os elementos da criação'
11:52 'Como os teus desígnios são excelentes, o Senhor de eternidade!
14:42 O paralelo com o Salmo 103.

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